Regressantes
Sobre o fenômeno de consumir a vida na grande cidade e, na velhice, retornar, silencioso e anônimo, para próximo do lugar de nascimento, ouvi alguns relatos. A literatura dá conta de que muitos, em diferentes conjunturas de crise, migraram para regiões economicamente mais promissoras. A propósito, o próprio Sul da Bahia, um dia, constituiu-se em um eldorado para sucessivas levas de sergipanos e de sertanejos do Norte da Bahia, sobretudo.
O fenômeno da migração para fora da região ocorreu, principalmente, nos períodos de grandes adversidades. Para a maior parte dos que labutavam na lavoura de cacau, quer como trabalhadores, quer como pequenos proprietários, a migração, nos tempos difíceis – e esses não foram poucos – é um fato corriqueiro. Portanto, o novo não é a migração, mas o retorno. Logo, o dado que se pretendeu focar em Regressantes não é propriamente o migrar, mas o retornar à terra natal em condições não tão favoráveis, já na velhice.
Regressantes é, no fundo e em primeiro plano, uma homenagem a esses, ainda que fortes, perdedores, ao menos, na perspectiva de sua afirmação econômica e material.
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