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Prefácio – De largada uma confissão: fiquei extremamente surpreso com o convite. Uma louca mistura de realização e gratidão, mas também de desespero. Não sabendo se daria conta de reportar por palavras aquilo que representa este livro. A uma, porque eu sou de outra área do saber, o Direito; a duas, porque é o primeiro convite para prefaciar que tenho a honra de receber. Enfim, labutarei para que fique à altura desta obra e de sua autora.
Um prefácio é como diz o étimo, um pre-facere, um fazer antes, que busca inspiração na própria obra e seu autor, assim rememoro que a muito conheço a autora, lá dos idos anos 2000. Priscila ou simplesmente Pri, já inclinada à leitura e à música, despontava seu talento e traçava seu destino, entendendo o signo “destino” com aquilo que se cria e não como algo previamente dado e imutável.
Antes de iniciar a leitura cumpri um ritual, que recomendo aos leitores: parei, iniciei um ciclo de respiração profunda, inspirando e expirando calmamente, depois coloquei uma música para relaxamento e meditação (e só não apreciei um Scotch porque era amanhecer), isso para entrar em um estado de espírito que me pudesse levar pelos caminhos queridos pela autora, encontrar-me com ela no desatinado e lúdico mundo das vogais e consoantes.
E o que encontrei passo a relatar, claro, sem qualquer pretensão de causar-lhes as mesmas sensações que tive, porque impossível replicar. Cada qual que tenha sua experiência no deleite da leitura.
Priscila Mancussi consegue aqui transmitir muito de si, seus desejos, anseios, medos e sentimentos ganham forma através de suas poesias – são traços marcantes de sua arte: transparência d’alma e leveza na fala – mas que não se engane, há força cataclísmica.
No ensaio de tons e cores, dita o ritmo na alternância de sentimentos que são transmitidos ao leitor, o que permite apreciar toda a beleza de suas palavras. No baile de sentimentos, o que de longe desponta é o amor, amor do verbo amar, afirmação que pode parecer redundante, mas só para os não iniciados no verbo.
A autora trata-o no pedestal que merece, apropriando-se de suas derivações: paixão, calor, desejo, atração, pele e cio. Há certamente quem vá dizer que são coisas distintas, que amor não se confunde que o que aqui se chama de derivado, pode até ser, mas lembremos que a experiência é pessoal, intransferível e irrepetível.
O toque dado ao amor é norte e nordeste, sul e sudeste, é um todo que embrulha a obra, como um véu a recobrir o rosto da noiva – é marca, diria eu que sua inspiração tem nome e sabor, sua amada!
Noutra banda, o idealismo é também evidenciado e quem conhece a autora sabe o quanto luta por aquilo (e por quem) acredita. Impossível não notar toda sua consciência política, entre críticas e desabafos, coloca o dedo na ferida social, assim como fez Ariano Suassuna, para curar a dor do corpo e da alma daqueles que são deixados na miséria da ignorância cultural e na periferia social.
Não se conforma, grita e chora; e seu grito e seu choro são ouvidos pelas almas sedentas de poesia – é a leveza do tsunami. Oh, sim! é possível sorrir no percorrer das páginas, que desnudam a melanina do meu querido povo brasileiro, parafraseando o mestre paraibano, acima referido.
Mostra claramente a inquietude daqueles que se esmeram na grande arte de pensar e de fazer cultura, brincando com a vida e com a morte nos diálogos secretos, ditos no bar das emoções do nirvana poético.
Histórias de luta, que se confundem com sua criadora, afinal é docente, é decente, é crente, é gente da gente.
Que o leitor, atento à riqueza de tudo quanto compõe a obra, seja astuto para perceber que fruto, que benção é o produto da inteligência e do talento da querida autora, Priscila Mancussi, ou carinhosamente, Pri.
Rudney Queiroz de Almeida
Professor e Advogado

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